Poderia permitir
Tudo em branco
Só um papel amassado
Como qualquer outro
Mas não me contenho
As palavras surgem
Sem motivo ou porquê
E vão decalcando a linha
Buscando sua própria rima
Surge então um nó
Um emaranhado de letras
Que às vezes levam
A lugar algum
Então as palavras seguem
E vão ganhando vida
Ignorando regras e medidas
Mesmo sem moldura ou coxia
Do verso, fez-se brotar a poesia