terça-feira, 31 de maio de 2011

Des-encontro

Dois rios
Dois estranhos
Duas nascentes
Diferentes caminhos

Águas tão próximas
Não se olham
Não se sentem
Não se tocam

Até que se esbarram
Num braço qualquer
Na leveza da correnteza
Na mistura da essência

Olhares que se beijaram
No acaso,
Na calma

Mal perceberam
Se envolveram
Como deveria ser
No desaparecer da alma
No destino ou querer

São leitos das mesmas águas
Que passam
Que correm
Não param

Mas sem querer
Se separam
Entre afluentes inertes

Novamente perdidos
Entre outras vertentes
De águas claras

Desejando um novo reencontro
Num caminho sem volta
Uma busca cansativa,
Ilusória

Até chegarem à foz,
Da vida ou da história,
Já sem esperanças
No alvorecer do fim

E de repente
Novo desfecho
Eu vi

Eram dois rios
Que desaguavam
No mesmo mar